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  • Foto do escritorHelga Cristiana Gonçalves

Saúde Mental - Qual o Caminho da Humanidade? (parte 1)



A última década está a ser bastante desafiante para todos nós: pandemia, confinamentos, perdas inestimáveis, duas novas guerras e as que se mantêm ‘despercebidamente´ em curso há anos, a tão frágil situação planetária, entre outros acontecimentos alarmantes e marcantes.


Em atendimento psicológico os casos de ansiedade, depressão, stresse, angústia existencial, aumentaram significativamente, e começam a manifestar-se cada vez mais cedo. A par dos avanços tecnológicos que providenciam as ‘respostas imediatas’ a tudo que se solicita, a sociedade carece de apoio, de suporte direto urgente.


As pessoas precisam reaprender a conectar-se consigo mesmas, expressar o que sentem e também aprender a ouvir o que as rodeia. É igualmente urgente permitirem-se ser ajudadas (sem o imediatismo e superficialidade da tecnologia).


Pedir ajuda é sempre um ato de coragem e sabedoria. Existe uma complexidade imensa a emergir, e que deve ser cuidadosamente analisada.


Qual será o caminho da humanidade? 

Tem-se verificado que tem sido mais ‘fácil’ fugir do próprio EU através de subterfúgios (muitos até divulgados como inofensivos nos meios de comunicação social, como as plataformas de apostas, casinos online,…faz lembrar quando em 1959 havia anúncios de tabaco a passar na televisão em horário nobre? Ideia impensável agora!


Estes mecanismos de fuga, escondem grande carga emocional. Temos tendência a utilizar o lado mais racional para ultrapassar períodos de crise, mas o lógico nem sempre é suficiente para moderar o estado emocional. Por muitos argumentos, raciocínios, estratégias, as emoções sobrepõem-se, querendo que lhes demos atenção.


E também são crescentes os pedidos de ajuda. A Psiquiatra Paula Duarte (médica no Centro Hospitalar de Lisboa Oeste, docente na Nova Medical School), interpretou os resultados de um estudo Europeu que decorreu entre Setembro e Dezembro de 2023, inquérito que gerou 7576 respostas válidas (1563 em Portugal), e que envolveu quatro países: Portugal, Bélgica, Espanha e Itália. Pode aceder ao artigo completo na revista ‘Saúde DECO PROTeste Abril/Maio 2024’. Efetivamente os números indicam que 4 em 10 dos inquiridos relataram um problema de saúde mental nos últimos três anos, sendo que 43% seguiu tratamento. Apesar da evidência de aumento de problemas, estes podem estar a ser mais visíveis pela crescente abertura para procurar ajuda profissional. “Apesar do estigma ainda envolver a saúde mental, está mais esbatido”, como indica a Psiquiatra Paula Duarte.


Subscrevo totalmente a expressão da Doutora Paula Duarte ao afirmar que “A doença mental é uma entidade biopsicossocial”, e que por isso, o tratamento requer a combinação de abordagens como: psicoterapia, medicação, produtos naturais, práticas de relaxamento, meditação, exercício físico.


É preciso uma intervenção atenta, cuidadosa, adequada e personalizada e humana. Por sua vez, cada pessoa deve também posicionar-se neste processo como uma oportunidade para se conhecer, com respeito, afeto genuíno, e sem culpas por ter chegado a este estado. É urgente promover um (re)encontro connosco e com os outros.


Helga Cristiana Gonçalves

Psicóloga Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses | Terapeuta com PNL | Master Coach | Facilitadora de Cura Reconectiva®️

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